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People Analytics: usando dados para reduzir o turnover e reter talentos

Mayla Araújo


A gestão de pessoas vem passando por transformações nos últimos anos, especialmente com a crescente adoção de tecnologias que tornam os processos mais estratégicos e assertivos.


Dentro desse cenário, o People Analytics se destaca como uma abordagem essencial para entender e prever comportamentos, ajudando as empresas a tomar decisões mais embasadas sobre suas equipes.


Afinal, não basta apenas contratar os melhores profissionais — é preciso criar um ambiente favorável para reter esses talentos. Além de gerar custos com substituição, treinamento e adaptação de novos colaboradores, uma alta taxa de turnover pode afetar diretamente a cultura e a produtividade do negócio.


Por isso, a análise de dados sobre comportamento, engajamento e desempenho dos funcionários se tornou um verdadeiro ativo competitivo para as empresas que desejam crescer de forma sustentável.


Mas por onde começar quando o assunto é People Analytics? E como, na prática, os dados podem ajudar a reduzir o turnover e aumentar a retenção de talentos? A seguir, você vai entender melhor quais métricas são relevantes e como aplicá-las no seu dia a dia de RH.


O que é People Analytics e por que ele importa


O People Analytics pode ser definido como o uso sistemático de dados e análises estatísticas para compreender melhor a força de trabalho e, a partir disso, direcionar as políticas de gestão de pessoas.


Em vez de tomar decisões baseadas em “achismos” ou percepções isoladas, as lideranças de RH passam a usar informações concretas, reunidas em relatórios e indicadores.


E por que isso é tão importante?


Confiabilidade na tomada de decisão: ao basear iniciativas em dados reais, as chances de sucesso aumentam.

Antecipação de problemas: métricas bem definidas ajudam a identificar sinais de desengajamento ou insatisfação antes que eles se tornem críticos.

● Foco na melhoria contínua: com relatórios periódicos, a empresa consegue identificar tendências e ajustar processos de recrutamento, seleção, treinamento e retenção de forma mais eficaz.


Nesse sentido, o RH ganha ainda mais relevância estratégica, deixando de ser meramente operacional para se tornar um parceiro fundamental do negócio.


Principais métricas para reduzir o turnover


Quando falamos de People Analytics, existe uma grande variedade de indicadores que podem ser monitorados. Entretanto, no contexto de redução de turnover e retenção de talentos, alguns se destacam:


  • Taxa de turnover

É o indicador mais básico quando se fala em retenção. Ele mede a rotatividade de funcionários em determinado período.

○ Como calcular: (Número de desligamentos no período / Número total de funcionários) x 100.

○ Por que importa: entender a taxa de turnover é o primeiro passo para diagnosticar se há um problema de retenção.


  • Tempo médio de permanência

Esse indicador mostra quanto tempo, em média, cada colaborador fica na empresa.

○ Como calcular: some o tempo (em meses ou anos) de todos os funcionários e divida pelo número total de colaboradores.

○ Por que importa: ao notar uma queda ou variação significativa nesse indicador, a empresa pode investigar quais fatores influenciam a saída mais rápida de talentos.


  • Engajamento e satisfação

Embora sejam conceitos mais subjetivos, existem pesquisas internas (como o eNPS – Employee Net Promoter Score) que conseguem mensurar quão satisfeitos e engajados os colaboradores estão no dia a dia.

○ Como calcular: por meio de questionários ou ferramentas que coletam feedback anônimo, a empresa obtém uma pontuação de satisfação.

○ Por que importa: engajamento baixo é um grande preditor de turnover futuro. Quando se percebe uma queda nos índices de satisfação, é hora de agir antes que as demissões aconteçam.


  • Absenteísmo

O absenteísmo — tanto por faltas quanto por atrasos constantes — pode sinalizar desmotivação ou problemas de clima organizacional.

○ Como calcular: (Total de horas/dias não trabalhados / Total de horas/dias contratadas) x 100.

○ Por que importa: altos índices de absenteísmo podem anteceder pedidos de desligamento, sendo um “alerta vermelho” para o RH.


  • Produtividade e performance

As métricas de produtividade, aliadas a avaliações de desempenho, podem indicar se a equipe está engajada. Funcionários que já não enxergam perspectivas na empresa tendem a apresentar queda na performance antes de saírem.

○ Por que importa: monitorar essas métricas ajuda na identificação precoce de problemas de liderança, sobrecarga de trabalho ou desalinhamento com a cultura da organização.


Como aplicar People Analytics na prática


Mesmo com os indicadores definidos, é fundamental saber como aplicar People Analytics na rotina do RH. Alguns passos podem fazer toda a diferença:


1. Integrar sistemas e bases de dados

Para que a análise seja eficiente, é preciso reunir informações de diferentes fontes em uma plataforma ou relatório unificado. Isso pode incluir:

●  Dados de folha de pagamento (para entender variações de salários, promoções etc.);

● Sistemas de recrutamento e seleção (para analisar qual canal atrai colaboradores mais engajados);

● Ferramentas de gestão de desempenho (para cruzar informações de produtividade e turnover).

Uma boa plataforma de automação de R&S, como a que a Quickin oferece, integra dados de forma estruturada, facilitando a análise e permitindo uma visão mais ampla do ciclo de vida do colaborador.


2. Cruzar dados para detectar padrões

Após reunir as informações, o ideal é cruzar os dados para encontrar correlações que possam indicar fatores de turnover. Por exemplo:

●  Desempenho vs. tempo na empresa: funcionários com melhor desempenho tendem a ficar mais tempo?

●  Engajamento vs. área de atuação: algumas áreas têm índices de satisfação muito menores do que outras?

●   Salários vs. rotatividade: há relação entre o nível salarial e a taxa de turnover?

Esses cruzamentos podem revelar causas até então desconhecidas, permitindo que o RH crie ações personalizadas para atacar problemas específicos.


3. Definir metas claras

Não faz sentido coletar dados se não houver metas ou objetivos a serem alcançados. Por isso, depois de identificar os principais gargalos, é importante estabelecer metas mensuráveis (ex.: reduzir o turnover em 10% no próximo semestre).

Assim, fica mais fácil medir o sucesso das iniciativas e mostrar resultados concretos para a alta liderança.


4. Criar planos de ação personalizados

Cada time ou área da empresa pode ter desafios específicos em relação à retenção e engajamento. Assim, uma ação que funciona em uma equipe não necessariamente funcionará em outra.

Nesse sentido, o People Analytics permite uma visão segmentada, possibilitando a criação de planos de ação sob medida.

Exemplo 1: Se os desenvolvedores têm reclamado de falta de desafios, invista em programas de inovação ou treinamentos de tecnologias de ponta.

●   Exemplo 2: Se o time de vendas tem alto índice de absenteísmo, avalie questões de clima, metas abusivas ou falta de suporte na rotina de trabalho.


5. Acompanhar e revisar periodicamente

Por fim, é essencial lembrar que People Analytics não é algo estático: as métricas devem ser monitoradas de forma contínua, e as estratégias precisam ser revistas e ajustadas conforme novos dados surjam ou o contexto interno/externo mude.


Conclusão

O uso de dados para nortear a tomada de decisão em RH passou a ser uma necessidade para empresas que desejam sobreviver (e prosperar) em um mercado altamente competitivo. E o People Analytics é o principal responsável por contribuir nesse processo.

Como é possível observar, ele atua diretamente na identificação de tendências de comportamento, prevenção de problemas de rotatividade e criação de estratégias de retenção mais eficazes.

A Quickin, com suas soluções de recrutamento e seleção, pode ser uma aliada nessa jornada, ajudando a transformar dados em  insights valiosos para transformar desafios em oportunidades de crescimento.

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